Após muita expectativa e filas quilométricas sob o sol do Rio Janeiro, em dia de temperatura recorde (43,8°C), fãs da cantora americana Taylor Swift ficaram revoltados após o cancelamento do show, que foi adiado para a segunda-feira (20), o anúncio foi feito apenas 30 minutos antes do início previsto. Taylor se apresentaria neste sábado (18) no Estádio Nilton Santos.
Os ingressos já adquiridos serão aceitos na nova data, mas como muitos fãs viajaram grandes distâncias para chegar ao local, alguns precisaram voltar a seus estados de origem antes do dia 20. Os fãs tem direito ao reembolso.
A organização do evento proibiu a entrada com garrafas de água no local do show, que deveriam ser compradas dentro do estádio. Calor extremo, desidratação e aglomeração foram fatores que contribuíram para a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, no primeiro dia de show. A jovem morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória.
Fãs da cantora se uniram para reunir doações e fazer o translado do corpo do Rio de Janeiro para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Gabriel Mongenot Santana, de 25 anos, também perdeu a vida ao viajar para acompanhar o show de Taylor Swift. O rapaz, que era estudante de engenharia aeroespacial, foi morto a facadas na madrugada deste domingo (19) após um assalto na praia de Copacabana. Os dois autores do crime foram presos horas depois pela polícia militar. Gabriel também era natural do Mato Grosso do Sul.
No sábado, duas fãs relataram queimaduras em razão de uma estrutura metálica próxima ao palco, causando diversos questionamentos quanto ao planejamento do show e sua adequação às condições climáticas. Especialistas afirmam que as chapas metálicas chegaram aos 80° graus.
Logo após o adiamento, foram registrados arrastões na região do estádio onde o show aconteceria. Policiais militares armados com fuzis cercaram a região para prevenir os assaltos.
Após tantos problemas relacionados ao calor e de receber diversas advertências por partes das autoridades brasileiras, a T4F, empresa dos shows de Taylor Swift no Brasil, mudou o horário dos eventos para 20h30, 1 hora mais tarde.
A T4F é alvo de uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por suposto trabalho análogo à escravidão no festival Lollapalooza, ocorrido em abril deste ano, em São Paulo. Funcionários da área de transporte e manutenção das bebidas do evento, eles ficavam dia e noite no local, e dormiam em uma tenda, sobre tiras de papelão, com diárias de R$ 160, sem o pagamento de horas extras, por jornadas de 12 horas.